sábado, 26 de fevereiro de 2011

Viver de amor é que é difícil

Se você quiser te dou meu coração
Arranco ele do peito com canivete
Dói um pouco mais depois passa
Como tudo passa, o trilho, o trem
Se você quiser, só se você quiser
Te dou minha mão, meu pé
Uma perna, um braço
Sem eles eu passo
Sem eles eu passo muito bem
A dor que me dói, também conforta
Dói e pouco me importa então
Morrer de amor
Morrer de amor, morrer de amor
Morrer de amor não é difícil, não
Se atirar do edifício
Viver de amor é que é difícil
Se atirar
Morrer de amor não é difícil, não
Se atirar do edifício
Viver de amor é que é difícil
Se atirar
Bem, O Zeca Baleiro pega e diz tudo e eu fico sem palavras. É isso. (Esse CD inteiro, ai ai...)Vou tomar uma cerveja, então. 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Me deixe só até a hora de voltar

Me deixe, sim
Mas só se for
Prá ir alí
E prá voltar
Me deixe, sim
Meu grão de amor
Mas nunca deixe
De me amar...
Agora
As noites são tão longas
No escuro eu penso
Em te encontrar
Me deixe só
Até a hora de voltar...
Me esqueça, sim
Prá não sofrer
Prá não chorar
Prá não sentir
Me esqueça, sim
Que eu quero ver
Você tentar
Sem conseguir...
A cama agora
Está tão fria
Ainda sinto o seu calor
Me esqueça, sim
Mas nunca esqueça
O meu amor...
É só você que vem
No meu cantar, meu bem
É só pensar que vem
Lararararará!...
Me cobre mil telefonemas
Depois, me cubra de paixão
Me pegue bem
Misture alma e coração...
Me deixe, sim
Mas só se for
Prá ir alí
E prá voltar
Me deixe, sim
Meu grão de amor
Mas nunca deixe
De me amar...
Agora
As noites são tão longas
No escuro eu penso
Em te encontrar
Me deixe só
Até a hora de voltar...
É só você que vem
No meu cantar, meu bem
É só pensar que vem
Lararararará!...
Me cobre mil telefonemas
Depois, me cubra de paixão
Me pegue bem
Misture alma e coração...
Que fofura essa música, né? Deu-me ânimo hoje escutá-la, descobri-la. É a 42a faixa de um CD lindo que meu grão de amor gravou para mim há eras, mas eu nunca tinha ouvido o CD até o fim! Que perda de tempo não ter ouvido todinho até o final setenta vezes setenta! Faz-me pensar no quanto a vida atrapalha o amor. É tão bom ficar só amando... Mas aí vem a vida, o trabalho, os compromissos, a correria, a loucura e a gente perde o melhor da vida. Sem o amor, até no verão a cama fica fria e até no seu solstício a noite parece não acabar nunca.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Que trabalho é esse?

Que trabalho é esse
Que mandaram me chamar
Se for pra carregar pedra
Não adianta, eu não vou lá
Quando chego no trabalho
O patrão vem com aquela história
Que o serviço não está rendendo
Eu peço minhas contas e vou-m'embora
Quando falo no aumento
Ele sempre diz que não é hora
Veja só meu companheiro
A vida de um trabalhador
Trabalhar por tão pouco dinheiro
Não é mole, não senhor
Pra viver dessa maneira
Eu prefiro ficar como estou
Todo dia tudo aumenta
Ninguém pode viver de ilusão
Assim eu não posso ficar, meu compadre
Esperando meu patrão
E a família lá casa sem arroz e sem feijão
Discussão do salário mínimo de um lado e um monte de gente "ralando" do outro. Tem que gostar disso? Tem que aceitar isso? Se for pra carregar pedra, nem adianta!
Paulinho, há muito tempo, sabe bem o que diz (e escolhe bem o que grava, porque acho que essa composição não é dele, não). De qualquer maneira, o meu amado filósofo do samba está quase sempre com a razão.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

As cidades já estão em chamas!

Pelo verão, o sol queimando na rua. Pelo domingo, pela praia lotada, pelo desejo voraz. Pelo sol na laje, na grama e na areia. Pelo suor que escorre sem perdão, insistentemente. Pelo oceano, o vento que vem de vez em quando e alivia, pela chance que ainda pode sobrar. Pelo desejo voraz.

Ainda há fogo em mim
Queria sempre assim

Dia de luz
Festa do azul celestial
Casa caiada, água salgada
Imaginando a vida toda submarina
Deitada na estampa colorida da toalha
Todas as cores secando ao sol

Todas as cidades já estão em chamas
Consumidas por um desejo voraz
Quem sabe ainda sobre alguma chance
A tarde, o vento e o mar

Ainda há fogo em mim
Queria sempre assim

Sombras frondosas nas calçadas
Bairro novo
Seus dias quentes e úmidos
Suor pingando do rosto
E logo ali 
Deitada à vontade na grama do seu jardim
Um cheiro bom

E todas as cores filhas do sol
Todas as cidades já estão em chamas
Consumidas por um desejo voraz
Quem sabe ainda sobre alguma chance
E folhas pairando no ar

Ainda há fogo em mim
Quisera sempre assim

Dia de luz festa do azul celestial
Casa caiada, água salgada
Imaginando a vida toda submarina
Deitada na estampa colorida da toalha
Todas as cores secando ao sol

Todos os oceanos já estão condenados aos ataques
Impulsionados por um desequilíbrio feroz
Quem sabe ainda sobre alguma chance
A tarde, o vento e o mar

Todas as cidades já estão em chamas
Consumidas por um desejo voraz
Quem sabe ainda sobre alguma chance
A tarde, o vento e o mar

("Vamo fazer um final")


(a música parece que não quer acabar e ele tem que chamar o final. Bom demais! Dá até vontade de sair voando para Olinda.)

Ontem eu sambei

Ontem eu sambei
Como nunca havia sambado
Derramei o suor, levantei a poeira
Como nunca tinha levantado

Vinha gente de todos os lados
Alegria se fazia
Se eu falar mais para você
Você nunca acreditaria
Que pudesse acontecer
Tanta coisa boa num só dia
Se eu falar mais pra você
Você nunca acreditaria

Ontem eu sambei

Fim de semana, amigas, show da banda Eddie... É muito bom dançar no meio de todo mundo, pular, cantar alto, rindo. Tem dia que parece que a felicidade se instala com uma persistência que a gente quase acredita que ela vai durar para sempre. Ô sensação boa. Viva a amizade, viva a cachacinha, viva o beijo na boca, viva Santa Teresa, a Lapa e o Centro, viva Olinda e sua música, vivaaaaa!!!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A sorrir

A sorrir eu pretendo levar a vida
Pois chorando eu vi a mocidade perdida

Finda a tempestade, o sol nascerá
Finda esta saudade, hei de ter outro alguém para amar

A sorrir eu pretendo levar a vida
Pois chorando eu via mocidade perdida


Simples assim. Simples e poderoso como quase tudo o que o Cartola deixou para nós. Há pessoas que têm a natureza alegre, alma sorridente, que passam pelas tristezas da vida, mas que logo voltam a sorrir, nem que seja para rir um pouco de si mesmas. É verdade que, às vezes, leva toda uma mocidade... Acho melhor levar a vida assim, ou ter tido a sorte de ter me tornado alguém que tem capacidade de levar a vida sorrindo e de voltar a sorrir, depois dos tropeções. Fica mais leve a vida e nos rodeia de pessoas que querem sorrir também.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

mais cedo ou mais tarde

Não, não foi surpresa para mim
Porque tudo na vida tem fim
Eu esperei com resignação
O triste dia da separação
Vai, meu amor, siga o seu destino
Que eu seguirei o meu
Seja feliz, adeus.

Nada dura eternamente
Tudo na vida é ilusão
Eu sabia que mais cedo ou mais tarde
Chegaria o dia da separação

Aí vai o prometido "Tudo é ilusão", parceria antiga de Éden Silva, Anibal Silva e Tuffi Lauar, eternizado na voz da rainha Clara Nunes. Até dói o coração. 

É porque ninguém o entendeu

Morre mais um amor num coração vulgar
Deixa desilusão a quem não sabe amar

E quem não sabe amar há de sofrer
Porque não poderá compreender
Que o amor que morre é uma ilusão
E uma ilusão deve morrer

O verdadeiro amor nunca fenece
E pouca gente ainda o conhece
Meu bem, se o teu amor morreu
É porque ninguém o entendeu

Deixa o teu coração viver em paz
O teu pecado foi querer amar demais
Morre mais um amor num coração vulgar

Deixa desilusão a quem não sabe amar

Essa letra do Paulinho sempre me deixou intrigada. Quanta ousadia, nestes tempos, dizer que o verdadeiro amor nunca fenece! Para mim a ilusão é justamente esta: nada dura eternamente (ih, vou ter que postar "Tudo é ilusão" também). Será que o Paulinho estava profetizando ou simplesmente constatando que não sabemos mais amar? Tarefa difícil é entender o amor do outro. Ah, coração meu! Ah, coração vulgar...