sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Este é o tempo ansiado de se ter felicidade

La láiá... Laiá láiá lalaiálaiálaiá...
Ai, ardido peito, quem irá entender os seus segredos?
Quem irá pousar em seu destimo?
E depois morrer de teu amor...
Ah, mas quem virá?
Me pergunto a toda hora
E a resposta é o silêncio
Que atravessa a madrugada

Vem, meu novo amor,
Vou deixar a casa aberta
Já escuto os seus passos
Procurando meu abrigo
Vem, que o sol raiou
E os jardins estão florindo
Tudo traz pressentimento
Que este é o tempo ansiado
De se ter felicidade

Dia 01 de janeiro, uma da manhã, acabei de ver o programa em homenagem aos 80 anos do Elton Medeiros na TV Brasil. A frase perfeita para a virada do ano veio nessa letra: "Tudo traz pressentimento que este é o tempo ansiado de se ter felicidade". Os efêmeros momentos de felicidade às vezes não são tão efêmeros assim. Pelo menos é o nosso desejo nessa hora: que o ano de 2011 seja maravilhoso, que a gente só tenha felicidade, que seja o tempo ansiado... Bem, o que posso dizer para este primeiro dia, que sempre vem prenhe de desejos e resoluções, é que estou de peito aberto para todas as mudanças e transformações que este ano vai me trazer. Não sei se estou pronta nem se vou segurar a onda, mas que venham!! Super 2011 para nós!! 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Vou jogando a minha vida pra você

Hoje estava ouvindo o CD "As três meninas" e na amanteigada voz da Teresa Cristina, saiu esta linda letra. Esta canção explica muito o porquê de algumas pessoas simplesmente não conseguirem se conter e cantam. Precisam cantar. Têm coragem de cantar. Eu canto por muitas destas razões. 


Cantar
Desnudar-se diante da vida
Cantar é vestir-se com a voz que se tem
Achar o tom da alegria perdida
E não ter que explicar pra ninguém
A razão desta tal melodia
Encharcada de sorriso e pranto
No cantar, a lembrança se cria
E envelhece de repente
Vai solta no ar
Por isso eu canto
Canto pra amenizar
Grande dor que me traz
O sorriso de alguém
Se a minha escola querida
Cruzar a avenida
Eu canto também
No canto
Vou jogando a minha vida pra você
Por isso, fecho os olhos pra não ver

sábado, 25 de dezembro de 2010

Felicidade é brinquedo que não tem

Anoiteceu
O sino gemeu
E a gente ficou
Feliz a cantar

Papai Noel
Vê se você tem
a felicidade
para você me dar

Eu pensei que todo mundo fosse filho de papai Noel
Bem assim felicidade
Eu pensei que fosse uma brincadeira de papel

Já faz tempo que eu pedi, mas o meu papai Noel não vem
Com certeza já morreu ou então felicidade é brinquedo que não tem

Grande Assis Valente, que escreveu a única canção verdadeira de Natal. Sem falsidade. Não podia fechar o dia sem essa.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Amor é o meu ambiente

Dona Ivone Lara é linda. Suas canções, muito sábias. Esta especificamente sempre me tocou pela simplicidade dos versos tããããaãao verdadeiros. Uma firmeza, né? É assim, tem gente que não tem para onde fugir: "que o amor simplesmente se faça presente no meu coração"...

Eu tenho a minha verdade
Fruto de tanta maldade que já conheci
Me deixa caminhar a minha vida  livremente
O que desejo é pouco, pois não dura eternamente

Nada poderá me afastar do que eu sou
Amor é o meu ambiente
Nada poderá me afastar do que eu sou
Me deixa, por favor

De um bom samba sou escravo
Seu fascínio me apertou
Traçou-me este destino
Meu sonho menino se concretizou

Deixe-me agora sonhar e seguir sem pensar numa desilusão
Que o amor simplesmente se faça presente no meu coração

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

E eu que pensava que não ia me apaixonar nunca mais na vida

Nesta loucura de dezembro, de festinhas de fim de ano, de viagens a preparar, natal e coisa, sempre tem presentes para comprar, mesmo para aqueles que não se ligam muito no natal, como eu. Nessa senda, estava eu nas Lojas Americanas atrás de bugingangas festivas e me deparei com aquelas pilhas de CDs em promoção. Sempre paro para dar uma olhada porque encontro pérolas no meio do lixo. Achei quase todos os da Marisa Monte, minha deusa. Trouxe uns para casa e não paro de ouvir. Estava esperando este momento de ficar em casa sozinha, desmanchando gavetas, rearrumando livros e discos, separando roupa para dar e gritando "Amor, I love you!". Então hoje posto esta linda, que fala de novo amor, que é maravilhoso, que nos deixa mais bonitos e mais espertos.

E no meio de tanta gente eu encontrei você
Entre tanta gente chata e sem nenhuma graça, você veio
E eu que pensava que não ia me apaixonar nunca mais na vida

Eu podia ficar feio, só, perdido
Mas com você eu fico muito mais bonito, mais esperto
E podia estar tudo agora dando errado pra mim
Mas com você, dá certo

Por isso não vá embora
Por isso não me deixe nunca nunca mais

Por isso não vá embora
Por isso não me deixe nunca nunca mais


Eu podia estar sofrendo, caído por aí
Mas com você eu fico muito mais feliz, mais desperto
Eu podia estar agora sem você
Mas eu não quero, não quero


Por isso não vá embora
Por isso não me deixe nunca nunca mais
Por isso não vá embora
Por isso não me deixe nunca nunca mais

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Modéstia a parte

Feitiço da Vila

Quem nasce lá na Vila
Nem sequer vacila em abraçar o samba
Que faz dançar os galhos do arvoredo
E faz a lua nascer mais cedo

Lá em Vila Isabel
Quem é bacharel
Não tem medo de bamba
São Paulo dá café
Minas dá leite
E a Vila Isabel dá samba

A Vila tem um feitiço sem farofa
Sem vela e sem vintém que nos faz bem (lalaiá...)
Tendo nome de princesa
Transformou o samba
Num feitiço decente que prende a gente

O sol na Vila é triste
Samba não assiste porque a gente implora
Sol, pelo amor de Deus, não vem agora,
Que as morenas vão logo embora

Eu sei tudo o que faço
Sei por onde passo
Paixão não me aniquila
Mas tenho que dizer
Modéstia a parte, meus senhores,
Eu sou da Vila

Esta é uma das mais conhecidas canções do Noel e por ela guardo um enorme afeto. Lembra-me de uma fase deliciosa da vida. Conheci-a há apenas uns 5 anos, quando me mudei para Vila Isabel. Foi tarde, eu sei, mas de imediato tomei-a como minha, identifiquei-me imediatamente com o "modéstia a parte, eu sou da Vila". Há uma magia naquelas esquinas boêmias, que o Noel conseguiu retratar no espírito da canção. Mesmo não morando mais lá continuo me sentindo da Vila e tendo o lugarzinho desse bairro eternamente guardado no meu coração. 

Nasce do coração

Desde sábado que estou ensaiando parar aqui para postar esta canção. Neste mês comemoramos o centenário de Noel Rosa e, apesar de não estar no Rio, tive a sorte de assistir ao show do Sururu na Roda em homenagem a ele, no Teatro da Caixa. Foi difícil escolher a composição para postar. Vai esta, que amo de paixão. Amo a frase "batuque é um privilégio". Mas não vou me conter e vou acabar postando outras... Viva Noel sempreee!!

Feitio de oração

Quem acha vive se perdendo
Por isso agora eu vou me defendendo
Da dor tão cruel desta saudade
Que, por infelicidade,
Meu pobre peito invade

Batuque é um privilégio
Ninguém aprende samba no colégio
Sambar é chorar de alegria
É sorrir de nostalgia
Dentro da melodia

Por isso agora lá na Penha
Vou mandar minha morena
Pra cantar com satisfação
E com harmonia
Esta triste melodia
Que é meu samba em feito de oração

O samba na realidade não vem do morro
Nem lá da cidade
E quem suportar uma paixão
Sentirá que o samba então
Nasce do coração.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Silêncio!

Ontem, ouvindo o lindo CD "Memorável Samba", do Marcos Sacramento, me saiu esta canção. Que delícia! Que reverência. Casa-se com meu momento pessoal de silêncio (uma pausa na minha falação, já que estou fazendo meus últimos trabalhos do ano) a espera reverente pelo que vem de melhor: férias, verão, descanso e muito samba!

IMPERADOR DO SAMBA

[Samba de Waldemar Silva, acompanhamento pelo Conjunto Regional de Benedicto Lacerda. Gravado em 4 de maio de 1937. Disco Odeon 11482-B Matriz 5.574]

(Estribilho)
Silêncio! Façam alas!
Ordem, respeito e nem um grito de bamba
Quero os tamborins de grande gala
Que vai passar o Imperador do Samba!

Silêncio! Façam alas!
Ordem, respeito e nem um grito de bamba
Quero os tamborins de grande gala
Que vai passar o Imperador do Samba!

A Imperatriz marcha também
Na frente de um garboso batalhão
E vem a Princesa Rumba
P'rá ver Sua Majestade também vem a Macumba
(Por isso eu peço muito silêncio)
(Estribilho)

Com o Tango e a Valsa vem também
entoando um hino de louvor
vêm a Embolada e a Toada
E vem o "Blue" americano p'rá saudar o Imperador!
(Por isso eu peço muito silêncio)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Calcinha preta

Calma! Não é o que vocês estão pensando! É Luiz Melodia... Boas lembranças non sense de amizade, de curtição, de piração, de melodia pura!!! "Quando vejo você de calcinha preta" é vida.

Cara a cara
Quando vejo você
De calcinha preta
Você me deixa louco
Você me deixa de careta
Pelo telefone
Ouço, vejo você de veneta
Você me deixa louco
Você me deixa de careta
Nova York, novo Brasil
Você mentiu
É tudo espoleta
Você me deixa louco
Você me deixa de careta
Peço um beijo
Então não dá
Diz pra mim o que é que há
Desperta pra mim
Perfume como aquela flor
Rosa, dália, turmalina
Fruto novo de se ver
No escuro acordado
Te vejo de toda cor

domingo, 5 de dezembro de 2010

Carinhooooso

Meu coração, não sei por quê
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo,
Mas mesmo assim foges de mim.
Ah se tu soubesses
Como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero.
E como é sincero o meu amor,
Eu sei que tu não fugirias mais de mim.
Vem, vem, vem, vem,
Vem sentir o calor dos lábios meus
À procura dos teus.
Vem matar essa paixão
Que me devora o coração
E só assim então serei feliz,
Bem feliz.
Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz
Esta linda e romantiquinha obra do João de Barro com o Pixinguinha é uma referência a ontem, que cheguei de viagem e meus olhos ficaram sorrindo. Mas a idéia veio só hoje. Foi no som das teclas do telefone que o meu carinhoso :-) ouviu umas notas desta canção. Gostei. Postei. 

Sonífera

Não posso mais viver assim
Ao seu ladinho
Por isso colo o meu ouvido
No radinho de pilha
Prá te sintonizar
Sozinha, numa ilha...
Sonífera Ilha!
Descansa meus olhos
Sossega minha boca
Me enche de luz
Sonífera Ilha!
Descansa meus olhos
Sossega minha boca
Me enche de luz...
Não posso mais viver assim
Ao seu ladinho
Por isso colo o meu ouvido
No radinho de pilha
Prá te sintonizar
Sozinha, numa ilha...
Sonífera Ilha!
Descansa meus olhos
Sossega minha boca
Me enche de luz
Sonífera Ilha!
Descansa meus olhos
Sossega minha boca
Me enche de luz...
Sonífera Ilha!
Descansa meus olhos
Sossega minha boca
Me enche de luz
Esta é pelo domingo. Sugerida pela minha companhia sonífera, que descansa meus olhos e sossega minha boca.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Só assim eu me sinto contente

EU CANTO SAMBA

Eu canto samba
Por que só assim eu me sinto contente
Eu vou ao samba
Porque longe dele eu não posso viver
Com ele eu tenho de fato uma velha intimidade
Se fico sozinho ele vem me socorrer
Há muito tempo eu escuto esse papo furado
Dizendo que o samba acabou
Só se foi quando o dia clareou

O samba é alegria
Falando coisas da gente
Se você anda tristonho
No samba fica contente
Segure o choro criança
Vou te fazer um carinho
Levando um samba de leve
Nas cordas do meu cavaquinho

Essa é do Paulinho da Viola, o "filósofo do samba". Ela expressa a origem do meu amor pelo samba: o efeito de mandar embora a tristeza, de me pemitir até sofrer com alegria. É por isso que "eu vou ao samba", em volta de uma roda de samba, cantando alto, "cabrochando", eu vejo o mundo com mais leveza. Canta, Paulinho! Canta samba.